O VII Simpósio Brasileiro de Doença Falciforme, ocorrido em Salvador-BA, de 20 a 23 de novembro, teve um saldo altamente positivo, tanto pelo seu caráter científico quanto social, mobilizando gestores, técnicos, pesquisadores, especialistas, trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS) e a sociedade civil organizada.
O simpósio reuniu 1.500 inscritos, entre médicos de diversas especialidades, enfermeiros, assistentes sociais, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, odontólogos etc., e também gestores públicos federais, estaduais e municipais. Contou também com representativa participação de pessoas com doença falciforme.
O evento de Salvador começou a ser pensado logo após a realização do VI Simpósio, em Fortaleza, Ceará, em 2011, quando a capital baiana foi anunciada como a nova sede, em 2013. Os trabalhos de preparação ocorreram sob a orientação da Assessoria Técnica em Doença Falciforme (ADTF), da Coordenação-Geral do Sangue e Hemoderivados (CGSH), vinculada ao Departamento de Atenção Hospitalar e de Urgência (DAHU), da Secretaria de Atenção Especializada (SAS), do Ministério da Saúde.
A Universidade Federal da Bahia (UFBA) foi a parceria definida pelo MS para realização do simpósio, o qual teve como presidente o professor Gildásio Cerqueira Daltro, da Faculdade de Medicina da UFBA, e diretor do Centro de Referência em Lesões Ósseas em Doença Falciforme, que se dedica, com o suporte do Ministério da Saúde, à terapia celular para atendimento de pessoas com a doença falciforme. A presidência da comissão organizadora coube à médica Helena Pimentel.
A Comissão Científica, presidida pelo médico Paulo Ivo Cortez de Araújo, teve como membros: Aderson Araújo, Altair Lira, Amado Nizarais, Ana Cristina Silva Pinto, Carmen Cunha Mello Rodrigues, Cecília Izidoro, Clarisse Lobo, Cláudia Kople, Cláudia Bonini Domingos, Fernando Araújo, Gustavo Cavalcanti, Joice Aragão de Jesus, José Nélio Januário, José Valber Lima Menezes, Marcos Borato Vianna, Marcos Ymayo, Miranete Arruda, Rodolfo Cançado, Rosa Cordeiro, Silma Mello, Silvia Lúcia Ferreira, Teresa Cristina Fonseca e Wellington Espírito Santo Cavalcanti.
Também teve papel de relevo na organização do evento a Equipe de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme, da CGSH, do Ministério da Saúde, constituída por Ana Margareth Gomes, Carmen Solange Franco e Guilherme Dantas Nogueira. Também atuaram pelo Ministério da Saúde, durante o simpósio, Luiz Vilhena, Rosana Rodrigues de Oliveira e Cristina Xavier. Do mesmo modo, foi fundamental o apoio do Comitê de Assessoria Técnica em Doença Falciforme (CAT-DF), integrado por Joice Aragão de Jesus, Helena Pimentel, Maria Cândida Queiroz, Tiago Novais, Miranete Arruda e Carmen Rodrigues.
O projeto gráfico do Simpósio ficou a cargo da designer Sílvia Letícia Castro. A secretaria executiva coube à PLUS Viagens & Turismo; a comunicação social, institucional, visual e editorial contou com a assessoria da Booklink Publicações; e a assessoria de imprensa foi executada pela A3 Comunicação. Toda a cobertura jornalística contou com a participação de sete profissionais de redação e fotografia.
Conferências – Foram realizadas 18 conferências sobre os temas: O Projeto Genoma em Doença Falciforme; Eventos Agudos em Doença Falciforme; A Quelação de Ferro em Doença Falciforme; Atenção Integral em Doença Falciforme I; Transplante de Medula Óssea em Doença Falciforme; Atenção à Mulher com Doença Falciforme; Atenção Integral à Doença Falciforme II; Saúde Bucal na Doença Falciforme; Priapismo, Síndrome do Quadrante Superior direito e Problema Ortodônticos; Dor sob Múltiplos Olhares; Conhecemos a Dor na Doença Falciforme?; A Hidroxiureia; Mecanismos Fisiopatológicos; Agentes Moduladores da Doença Falciforme: fatores genéticos, bioquímicos e sociais; A Escola na Rede de Atenção em Doença Falciforme; Terapia Celular em Lesões Ortomoleculares; Aderência à Assistência Multiprofissional e seus Desafios: O Papel do Médico, o Papel da Enfermeira, o Papel do Farmacêutico; Degeneração Crônica dos Órgãos; Aloimunização em Politransfundidos, Pré-operatório em Doença falciforme, e Tratamento de Úlceras das Pernas; Hidroxiureia – Estamos Usando Pouco?; Doença Cérebro-vascular: Infarto Silencioso e Ataque Isquêmico Transitório, Abordagem Diagnóstica, e Abordagem Terapêutica; A Terapia Celular em Doença Falciforme: Conceito e Indicações, Seu Uso em Úlcera de Perna, e Seu Uso em Lesões Ósseas; Redes Sociais em Doença Falciforme: O Perfil da Assistência Especializada e da Atenção Primária, Rede Cegonha, e Rede de Emergência; e A Lesão Renal na Doença Falciforme e o Uso da Eritropoietina.
Intervieram nessas conferências 57 especialistas, dos quais seis vindos do exterior: Philippe Hernigou e Jacque Elion (França); Samir Ballas (hematologista, diretor do programa de doença falciforme e do banco de sangue da Universidade Thomas Jefferson, Filadélfia, Pensilvânia), Jane Hankins (hematologista do St. Jude Research Hospital, Menphis, Tennessee, EUA); Molly Freeman (cordernadora acadêmica de tratamento de doença falciforme no St. Jude Research Hospital, Menphis, Tennessee, EUA), e Kwake Ohene-Frempong (EUA-GANA).
Também participaram outros estrangeiros, como convidados, vindos de Gana, Angola, Benin, Canadá, Costa Rica, Tanzânia, Jamaica e Cuba.
Eventos paralelos – Paralelamente, foi realizada a 4ª Enafal – Encontro Nacional das Associações de Doenças Falciformes visando aperfeiçoar o conhecimento sobre o SUS, sobre seus direitos civis e em busca de melhor qualidade de vida. O encontro reuniu mais de 200 participantes de associações de 24 estados da Federação (hoje já existem 47 associações). No total, 60 desses participantes eram pessoas com doença falciforme.
O simpósio também abrigou a Tenda Maria Felipa, dedicada à educação multiprofissional e holística em saúde, com 15 voluntários fixos; o Encontro de Nutricionistas; o Encontro de Neurologistas, o Encontro do Grupo GSCDN (Conferência da Rede Global sobre Doença Falciforme); o Encontro da Iniciativa Mundial de Estudos Sociais sobre as Hemoglobinopatias (WISSH); palestras sobre a WEB para o cadastro nacional de doença falciforme, a cargo de Mauro Teixeira de Figueiredo, responsável pela Área de Gestão da Informação da CGSH/MS; e um encontro sobre a Cooperação Técnica Brasil-África em Doença Falciforme, que começou em 2006.
Vale destacar, ainda, a atuação da Sala de Cuidado, com atendimento de reiki, auriculoterapia e massagem, em funcionamento ao longo de todo o simpósio, com 149 atendimentos.
A infraestrutura – O simpósio ocupou dois andares do Centro de Convenção da Bahia, em Salvador, e mobilizou oito funcionários da área de segurança, dois brigadistas de prevenção de incêndio, 18 recepcionistas atuando no serviço de cadastramento; dois especialistas para atendimento ao sistema de internet; 12 funcionários para a área de limpeza; sete profissionais na área de comunicação e de imprensa; 30 funcionários atuando na cozinha e restaurante, que serviu em média mil refeições no horário de almoço; e 16 montadores cuidaram de armar toda a estrutura e os estandes, em número total de 30.
A assessoria de comunicação social-institucional, programação visual e editorial contou com a participação da Booklink Publicações, consultora para essa área, que esteve presente durante todo o desenrolar do simpósio. A assessoria de imprensa foi feita pela A3 Comunicação, de Salvador. Na produção de notícias, foram escritas mais de 100 laudas de texto, bem como utilizadas ferramentas de mídia social; e a cobertura fotográfica somou mais de quatro mil imagens, envolvendo todos os acontecimentos.
Dezenas de publicações sobre DF foram distribuídas durante o evento. Entre as editadas pelo MS, destacam-se: Doença falciforme: atenção e cuidado – a experiência brasileira (2005-2010); Doença falciforme: a experiência brasileira na África – história de um esforço de cooperação (2006-2010); Doença falciforme: úlceras, prevenção e tratamento; Doença falciforme: hidroxiureia – uso e acesso; Doença falciforme: saiba o que é e onde obter tratamento; e Doençafalciforme: condutas básicas para tratamento.
A estrutura de atendimento ao público funcionou em tempo integral, prestando esclarecimentos sobre aspectos da atenção integral em doença falciforme e distribuindo enorme leque de publicações. Uma ambulância com médico e enfermeiro esteve sempre a postos na entrada do Centro de Convenções para atender casos de urgência.
O evento atendeu plenamente a sua finalidade em termos de atenção integral, caráter multiprofissional e multidisciplinar, como estabelecido pelas linhas de atuação do SUS.
Até 2015, em Vitória!